A roda enferrujada do dia
roda lentamente
meu desejo insatisfeito
adoecendo os sentidos
A roda gasta do dia
deglute com cegos dentes
a semente
o amor que poderia
A chuva fria do ferro envelhecido
entristece o futuro e o
presente
E essa dor atemporal se estende
sem cura no metal ruído
polui a alvura de fluidos permanentes
que não passam
que não passam.
Nascida no Rio de Janeiro, ROSÁLIA MILSZTAJN é médica e psicanalista. Venceu em 1999, o Prêmio Sesc dePoesia do Rio, publicou diversos livros e participou de antologias. Este poema foi selecionado do livro AQUI DENTRO DE MIM (Aeroplano).
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