Eu era tão bela, tão cheia de vida, até que chegaste, todo cheio de si...
Eu, quando te vi, me encantei, me despi dos individualismos;
diante de ti, me coloquei nua, sem pudores, nem preconceitos;
me dei, com tudo que tinha;
meus dons e riquezas foram colocados a teus pés;
me entreguei por inteira e tu?!...
Tudo o que fizeste foi machucar!...
Me fazer escrava de tua sede;
tua ânsia de poder, de egoísmo, o mais vil dos sentimentos, o querer tudo para si...
No uso indevido, do que te pertencia, o querer manipular, destruir, matar...
Jamais pensaste em mim, só em ti!...
Fui a luz dos teus dias e tu!...
Foste a escuridão, a morte...
Hoje, não mais sei de mim...
Meu futuro é incerto, apenas, sei que vou sobrevivendo ao caos ,à desonra de ter sido maculada;
foste destruindo o que era belo, me fazendo árida, esgotada em minhas fontes de vida...
Ainda assim, me dou a ti, te recebo, como última morada...
A Terra chora!!!...
É hora da humanidade repensar na exploração sem controle, do consumo exagerado, da falta de respeito a vida...
Disso depende a sobrevivência de vidas futuras...
CARMEN ORTIZ CRISTAL é professora por profissão, nascida em Uruguaiana/RS.
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