A mulher do século XXI pode assumir qualquer papel. E nós estamos, cada vez mais perdendo o medo de lidar com elas.
Liz Taylor morreu. Mais bela que a beleza, ela era o modelo da mulher de sua época. Era o que todas queriam ser. O lugar da mulher admirada era o da mulher bela. Tal posto também já fora ocupado por Merilyn Monroe e Jacqueline Kennedy. A loira e a morena. A amante e a esposa. A triste e a feliz. A mulher que só se realizava se fosse outra. Hoje a mulher não é só bela. Melhor, hoje não basta ser só bela. Porque a mulher de hoje trabalha, é mãe e amante, quer cuidar e ser cuidada, pode ser loira ou morena, e o que mais quiser ser, porque, mais do que qualquer outra, ela sabe quem é.
A mulher brasileira no mercado de trabalho é uma realidade saudável. Cada vez mais presente em todas as áreas e cargos. A mulher com seu jeito diferente de mandar, com um jeito diferente de fazer acontecer. Vejo a mulher no poder como a possibilidade de uma sociedade mais calma e menos sustentada na força. Mais inteligente e mais bonita. De verdade, penso nisso. Sem a marra masculina, sem a competição com a própria sombra. Claro, eu amo as mulheres. Talvez nesta hora você me pergunte se tenho medo. Não, nenhum. Pelo contrário. Tenho desejo. Porque os homens que competem o tempo todo são bobos. E o nosso lugar é em casa. Na churrasqueira, preparando a caipirinha de kiwi pra vocês. Uma mulher deixa o trabalho mais bonito. Pela sua presença e pela roupa. Porque com os homens é um mar de ternos iguais. E com as mulheres um riacho de possibilidades. Menos gravatas e mais sapatos de sola vermelha! E sem contar o ganho na troca de malas 007 por bolsas de todos os tipos. E que são trocadas todos os dias, sem tédio visual nenhum. Bolsas combinando com sapatos, bolsas combinando com laptop. Como vocês conseguem? Mulheres querem combinar, homens querem resolver.
É essa inteligência emocional e intuitiva, profundamente feminina, que vai fazer a diferença no novo mundo. É o olhar diferente, a percepção de algo não visto, um entendimento maleável para com o outro e com o meio em que vivemos. É conhecido o fato de que uma mulher ganha menos que um homem na mesma função. Imagino que esta desproporção venha de uma idéia machista de que, quando uma mulher trabalha, não vai viver só de seu salário, porque sempre existe um homem para ajudá-la. Com as mulheres em cargos de comando, espera-se que isso mude logo. E passemos nós a ganhar, todos, o mesmo. E talvez daí seja o princípio do caos. Porque não saberemos mais quem paga as contas do restaurante, quem abre a porta pra quem, quem dirige o carro da família na estrada. O poder será diluído e o homem estará perdido, procurando seu novo lugar. Na verdade, sabemos que, apesar da diferença salarial ainda injusta, esses dias já chegaram. E isso não é o caos. Elisabeth Taylor que me perdoe, mas é o mais perto que chegamos do equilíbrio. E temos tudo para que, juntos, possamos melhorar ainda mais. E fazer do equilíbrio a nova harmonia. Um bom caos, como o amor. Vai uma Caipirinha?